Por FABRÍCIO REZENDE SALOMÃO
Cada vez mais a tecnologia vem ganhando espaço no campo e tem sido o diferencial para a redução dos custos e uma maior produtividade nas propriedades rurais.
A formação do olival é a principal etapa de todo o processo da cadeia produtiva das oliveiras, sendo o momento mais viável, e às vezes único, para ações de preparo da área como a construção de estradas, terraços, revolvimento do solo, escoamento pluvial, marcações e abertura das covas. A utilização da tecnologia pode e deve ser aplicada em cada uma destas etapas, contribuindo diretamente para a redução de gastos a curto e médio prazo bem como o aumento da produtividade por meio da precisão na locação dos pontos de interesse do olival como edificações, estradas, escoamento e covas.
As estradas possuem grande importância na ligação entre as áreas operacionais da propriedade conectando setores estratégicos como sede, galpões, lagar e áreas de cultivo. Geralmente são construídas após as ações de preparo do solo, afim de que que não dificultem a mecanização da área por implementos agrícolas como a utilização do arado, grade, subsolador, perfurador, dentre outros. Além das estradas, os carreadores (vias secundárias) também são utilizados para uma melhor eficiência nas operações diárias do olival como o transporte de insumos, colheita, aplicação de defensivos e fertilizantes, reduzindo assim os custos na propriedade.
A utilização de equipamentos de precisão auxiliam na elaboração do planejamento e confecção dos projetos de implantação do olival. As primeiras ações envolvem o emprego do Drone Geodésico para a geração de mapas aéreos e mapas de relevo com a geração de curvas de nível. A partir deste material produzido é possível estabelecer os setores do olival, traçar as vias primárias e secundárias bem como alocar as instalações de interesse. O drone comumente utilizado para esta operação é o DJI Phantom 4 Geo.
Após as ações de preparo do solo é realizada a locação e construção das estradas e carreadores conforme apresentado no projeto de implantação do olival, contendo as informações dos trajetos, declividade, escoamento pluvial e tipo de pavimentação. Os aparelhos comumente utilizados na locação são o teodolito, estação total e GPS e os maquinários envolvidos são o trator de esteira, patrol, retroescavadeira e caminhão.
Após a conclusão das etapas anteriores e com base nas informações obtidas pelo drone geodésico e processamento dos dados, vem a marcação dos pontos de localização das covas. Há diferentes metodologias utilizadas neste processo que levam em consideração a adoção do espaçamento entre as oliveiras, relevo da área e exposição solar. Dentre os métodos mais utilizados podemos destacar o alinhamento em xadrez e o alinhamento em curvas de nível, ambos com a utilização do GPS geodésico pelo sistema de RTK (Real Time Kinematic) com precisão milimétrica.
O alinhamento em xadrez é o mais utilizado na implantação dos olivais por possuir uma metodologia simples e um visual mais harmonioso. É recomendado para espaçamentos com distâncias equivalentes como o 7 x 7 m e topografia suave. Pode acompanhar o relevo do terreno por meio da locação de linhas retas ou seguir a orientação com a melhor exposição solar independentemente do relevo. Esta metodologia garante o número exato de plantas previstas por hectare. Abaixo um exemplo deste alinhamento no espaçamento 7 x 7 m.
Já o alinhamento em curvas de nível é recomendado para áreas de topografia mais acidentada e/ou que possuem espaçamentos não equivalentes como o 6 x 4 m. A preferência por esta metodologia está associada a uma melhor mobilidade no olival por trabalhadores e maquinários bem como a conservação do solo. Uma desvantagem desta técnica é o surgimento de linhas mortas ao longo das fileiras, o que acaba reduzindo o número de plantas por hectare. A imagem a seguir representa este alinhamento no espaçamento 7 x 7 m em relevo acidentado.
É válido ressaltar que existem diversas formas e níveis de tecnologia para se implantar um olival que vão desde a utilização da mangueira de nível, pé de galinha, uso de cordas até a utilização avançada de drones e GPS geodésicos. As escolhas, muitas vezes influenciadas pelos custos, acabam não priorizando metodologias mais precisas, levando a um aumento de despesas na produção das azeitonas e diminuindo o número de plantas no olival. Outro fator que pode impactar negativamente é o desconhecimento por parte dos proprietários e até mesmo consultores da adoção de tais tecnologias.
A Nova Oliva foi uma das primeiras empresas de consultoria agrícola no país a adotar o uso da tecnologia de precisão na olivicultura e, embora seja da iniciativa privada, contribui ativamente para a divulgação do conhecimento científico por meio de pesquisas, artigos técnicos, notícias e participação em eventos.
Fonte: novaoliva.org
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Fabricio Rezende Salomão
Site: https://novaoliva.org/