Foto: Nestor Tipa Junior / Divulgação / CP
A Abertura Oficial da Colheita da oliva 2023, ocorrida quinta-feira (9) em Encruzilhada do Sul, celebrou o desenvolvimento da produção de azeite gaúcho. A olivicultura no Estado é responsável por 80% da produção brasileira, surgiu no início dos anos 2000 e hoje conta com 6,3 mil hectares plantados. A expectativa de colheita prevista deve ficar entorno de 500 toneladas, pouco acima da colheita de 2022.
Um brinde as 130 premiações ao redor do mundo, apenas em 2022. Além disso, o Estado conta com 18 lagares (lugares onde se produz azeite) estabelecidos e seis em construção. "Estamos celebrando a produção e sobretudo o empreendedorismo dos produtores gaúchos", disse o governador Eduardo Leite, na ocasião. Visita especial também do italiano Marco Oreggia, especialista em azeite de oliva, que esteve presente no evento e percorreu as propriedades de alguns produtores no Brasil e Uruguai. O editor do maior guia para o produto no mundo, o Flos Olei, elogiou o trabalho dos produtores gaúchos. “Eu gostei muito do Rio Grande do Sul, tem muitas empresas com potencial para exportação do melhor azeite do mundo. Aqui tem muita qualidade empresarial, investimento e vontade de comercializar um azeite extra virgem de verdade", comentou. Entre os azeites listados como os 500 melhores do mundo no Flos Olei, quatro são gaúchos: o Prosperato, o Capela de Santana, o Lagar H e o Sabiá.
A colheita no Estado deve continuar até o mês de maio e com potencial, superando as expectativas oficiais, chegando até 550 toneladas, de acordo com o coordenador do programa Pró-Oliva da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Paulo Lipp. O presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), Renato Fernandes, afirma que as oliveiras quase não sofreram com a seca. "A nossa cultura é resistente à estiagem, a oliveira é oriunda do deserto”, explica. O setor vem trabalhando em reforço de análises sensoriais para o azeite importado, feitas, hoje, por um laboratório no Rio Grande do Sul com apoio de laboratórios de Santiago, no Chile e de Montevidéu, no Uruguai. As análises são importantes para identificar azeites vendidos em território nacional como extravirgens que na verdade são virgens, segundo Fernandes. “Mas o mais importante é que o consumidor entenda isso e saiba diferenciar o azeite de qualidade”, afirma. “O problema todo é encontrarmos mais mercado para essa qualidade do azeite, as pessoas se apropriarem mais em relação à qualidade do azeite que é produzido aqui. Claro, ele pode ter um custo de produção mais alto, mas se você experimentar, a diferença é gigante”, reforça o secretário da Agricultura, Giovani Feltes
A Azeite Bem-Te-Vi, com 19 hectares de pomar, teve sua primeira colheita comercial em 2022, de 45 toneladas, com produção de aproximadamente 4,5 mil litros de azeite. A previsão de colheita em 2023 é de 60 toneladas. "Nossas árvores ainda estão numa rampa de desenvolvimento, por isso este ano vamos colher mais que no ano passado", explica a proprietária Michelle Sapiras. "Nós sofremos um pouco com a seca, chegamos a ter que irrigar as árvores, mas a chuva acabou vindo, o que evitou o prejuízo", acrescenta. A Bem- Te-Vi não tem lagar próprio e extrai seu azeite nas instalações do Azeite Sabiá. Em seu primeiro ano de produção, a marca já ganhou premiação no Terraolivo, de Israel, um dos concursos mais importantes do mundo.
O evento teve patrocínio do Banrisul, que oferece ao setor o crédito que pode ser acessado por agricultores e pessoa jurídica - agroindústrias ou beneficiadores que industrializem o produto. O Banrisul também disponibiliza linhas de crédito para cultivo e investimentos rurais na atividade.
Com mudas de qualidade, manejo adequado, principalmente com a adubação, e com a instalação de indústrias no Estado para o beneficiamento da oliva, a qualidade dos azeites gaúchos tem sido reconhecida em concursos internacionais.
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