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Olivicultura em pauta

Nos dias 24, 25 e 26 de novembro aconteceu a 4ª Reunião Técnica Nacional e 4º Encontro Estadual de Olivicultura, promovido pela Secretaria da Agricultura Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR), Emater – Ascar/RS, Embrapa Clima Temperado e o MAPA, e teve por objetivo trazer informações técnicas para a cadeia produtiva olivícola, pesquisadores e público interessado. O evento que é bianual, foi organizado em parceria Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade de Santa Maria, Universidade Federal de Pelotas, Universidade Federal do Pampa e Ibraoliva, sob coordenação geral da pesquisadora Andréia Mara Rotta de Oliveira do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA/SEAPDR).  

No primeiro dia de evento, houve a apresentação do primeiro painel, intitulado “Situação da Olivicultura no RS, MG e Uruguai e Comportamento de Cultivares. O Prof. Vagner Brasil Costa, da UNIPAMPA-Campus Dom Pedrito, apresentou dados da produção de Oliveiras no Rio Grande do Sul, que atualmente encontra-se em torno de 5000 há plantados em todas as regiões do Estado, sendo a principal região produtora a Serra do Sudeste, em municípios como Canguçu, Pinheiro Machado e Encruzilhada do Sul. O Professor, inclui em sua palestra, estudos realizados junto com a UFPel, EMBRAPA e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) a fenologia e produtividade de Oliveiras em municípios do estado.

Em seguida, o pesquisador Dr. Luiz Fernando Oliveira da Silva, da EPAMIG-Maria da Fé, apresentou os dados atuais de produção de Oliveiras no estado de Minas Gerais, através de explanações sobre produção de mudas, plantios, principais cultivares plantadas no estado, e resultados relacionados a produção de mudas, implantação de olival, manejo das plantas, produção, colheita e processamento do azeite.

O pesquisador ressaltou o trabalho realizado pela EPAMIG, sobre o seu banco de Germoplasma, onde hoje se tem a cultivar Maria da Fé, em estudo pela empresa.

Na última palestra do dia, a pesquisadora Paula Conde, do INIA Las Brujas, do Uruguai, trouxe aos participantes resultados de vários anos de estudos no país, em diferentes regiões. Dentro dos estudos realizados, a pesquisadora apresentou dados referentes a manejo fitossanitário, evolução do comportamento agronômico do Banco de Germoplasma pertencente ao INIA Las Brujas, efeito da intensidade e frequência de poda, produtividade, qualidade de azeite, valorização dos resíduos do processamento e efeito da irrigação e resposta ao stress hídrico, chamando a atenção para a publicação recente de um catálogo de Cultivares de Oliveira em parceria com outros pesquisadores do Uruguai e de outros países.

Nutrição e Fitossanidade dos olivais foi tema do segundo painel. Na palestra Calagem e Adubação em Oliveiras, o pesquisador Dr. Gilberto Nava, vinculado a Embrapa Clima Temperado de Pelotas, destacou os critérios técnicos para interpretação dos teores de nutrientes no solo e folhas. Além disso, o pesquisador destacou a importância da adubação de correção (plantio), onde o objetivo é elevar os teores, especialmente, de fósforo e potássio, até os níveis críticos para a cultura. Também, relatou a importância da adubação de crescimento, onde o nitrogênio é fornecido ao longo do ciclo.

Finalmente, apresentou informações sobre a adubação de produção (manutenção), que é realizada quando as oliveiras estão em produção. Finalizou, mostrando resultados recentes sobre estudos realizados em pomares de oliveira. Com destaque sobre os teores adequados de boro no solo, bem como doses mais adequadas de nitrogênio em pomares na região Sul do Brasil. Certamente, o manejo da fertilidade do solo e a nutrição da oliveira são práticas determinantes do sucesso da produção e mesmo qualidade do azeite de oliva.

O Dr. Edson Bertolini, professor da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul apresentou as principais doenças transmitidas através das mudas, como a verticilose causada pelo fungo Verticillium dahliae, a tuberculose ocasionada pela bactéria Pseudomonas savastanoi pv. savastanoi que ainda não foi detectada no Brasile o declínio rápido causado pela bactéria Xylella fastidiosa subsp. pauca. Além destas, cerca de 4 espécies de fitoplasmas e 15 espécies de vírus também são transmitidos por mudas. As infecções por estes patógenos geralmente são assintomáticas e muitas vezes só se manifestam em plantas adultas e em fase de produção. Esses patógenos se estabelecem no sistema vascular da planta e não existe formas de controle eficientes dessas doenças.

O Dr. Bertolini destacou a importância do uso de medidas preventivas para evitar a introdução e a dispersão destes patógenos nos nossos olivais. Neste sentido, o uso de material de propagação de qualidade e a implantação no país de um selo fitossanitário de qualidade de mudas, podem assegurar ao produtor mudas com boa qualidade fitossanitária.

No terceiro e último dia do evento, foi apresentado o painel “Estudos e práticas sobre alternância de produção”, composto por duas apresentações. Na primeira palestra, o Dr. Luís Rallo, do Departamento de Agronomia, da Universidade de Córdoba, Espanha, abordou os principais aspectos fisiológicos envolvidos na frutificação, no repouso e crescimento das gemas de flores e vegetativas e na floração da oliveira, encerrando com a abordagem de alguns fatores para controle da alternância de produção, com destaque para a utilização de cultivares não alternantes, uso de reguladores de crescimento, realização de poda para manutenção da planta equilibrada, irrigação no verão/outono e a colheita precoce dos frutos.

A segunda palestra foi realizada pela Dra Mercedes Arias Sibillotte, da Faculdade de Agronomia do Uruguai, que destacou as diferenças nas condições de temperaturas atmosféricas e de precipitações pluviométricas médias anuais das regiões temperadas e subtropicais com as regiões de origem da cultura e como essas condições afetam, principalmente, as fases de floração e pegamento dos frutos da oliveira em países como Uruguai e Brasil.

Ambos palestrantes salientaram os prejuízos causados à olivicultura pela alternância de produção e a necessidade de realização de experimentos nas diferentes regiões produtoras para a redução da alternância de produção da cultura, visto que a oliveira demonstra que ainda não está adaptada às condições variáveis de clima de nossas regiões produtoras.

Assista as palestras na integra através dos vídeos abaixo:

Dia 24 de novembro de 2020



Dia 25 de novembro de 2020



Dia 26 de novembro de 2020



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