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SUDOLIVA – A Oliveira da Cruz de Poços de Caldas/MG

Por Gabriel Tarquinio Bertozzi

Considero a Oliveira da Cruz um ente de resgates. Esta árvore de aproximadamente 40 anos chegou à Poços de Caldas pela ação do ex-prefeito e Eng. Agrônomo José Aurélio Vilela. Como profissional sensível às espécies e arborização urbana, José Aurélio trouxe na década de 80, algumas mudas de oliveira oriundas da cidade de Maria da Fé .

No intuito de render homenagem ao ex-presidente Juscelino Kubitschek de OLIVEIRA , as mudas foram plantadas ao longo da via pública que leva seu nome em bairro da cidade de Poços de Caldas.  Acredito que mais de 20 mudas foram plantadas ao longo da rua, por iniciativa de José Aurélio.

Com o decorrer do tempo, muitas foram removidas. Desconhecimento da espécie e também desenvolvimento urbano foram as razões.

Quando em 2003 iniciei encantamento com o tema das oliveiras, a Rua JK se tornou meu objeto de frequentes observações. Era o que eu tinha como fonte de pesquisas. De lá, colhi depoimentos interessantes como o depoimento de uma filha de português, narrando que o pai se encantava com expressiva quantidade de frutos que caiam ao chão. É verdade que eram também incômodos e razão de alguns pedidos de cortes.

Por volta de 2006, nas minhas peregrinações pela rua, observei uma das oliveiras remanescentes se tornaram obstáculos para uma garagem que se edificava em seu rumo. O proprietário da obra havia solicitado o corte. Mais que depressa solicitei ao município autorização para realizar seu salvamento e transplante às minhas expensas.

Ganhei meu troféu! Na ocasião foi exatamente assim que eu interpretei a premiação com a oliveira adulta, tão rara e exótica para a realidade da região. Encontrava-se judiada, parasitada, sem forma, com muitos brotos ladrões ao pé. Necessitou de uma poda severa e até os dias de hoje vêm sendo sistematicamente lapidada.

Por volta de 2010, encontrei em um ferro velho, uma cruz de metal com cerca de 3 metros de altura. Nada muito valoroso do ponto de vista de serralheria artística. Não muito antiga também, mas minimamente com seus mais de 30 anos. A Cruz havia sido removida da Igreja de Nossa Senhora Aparecida, em razão de uma remodelação e atualização na fachada da mesma. O Padre mandou dar cabo da velha Cruz. Não valorizou a história da igreja.

Assim, eu a arrematei e para ela encontrei local perfeito, justamente casado com a oliveira que parecia disposta a acata-la para comporem parceria e história conjunta. Foi assim que nasceu o nome da Oliveira da Cruz que hoje enfeita a sede da empresa.

Quando soube do concurso SUDOLIVA, vi a grande oportunidade de referenciar o feito, o resgate e a valorização do “jovem” patrimônio vivo. Inscrevi a Oliveira da Cruz contando sua história.

Com muita satisfação conseguimos inserir um ponto nesta brilhante iniciativa de Gianfranco Vargas e seus companheiros de trabalho. O Amigo Professor Jorge Pereira Benitez, também validou minha iniciativa, pois por aqui já nos visitou. Agora segue nossa oliveira como uma representação da olivicultura no Brasil, especificamente na região de Poços de Caldas, onde o azeite já marca referenciais. Certamente o Brasil conta com muitos outros bons exemplares que poderão ser ainda referenciados nesta rota dos olivos patrimoniais do SUDOLIVA. É este o grande espírito da promoção. Valorizar o patrimônio intangível desta espécie que tanto encanta a todos nós.

No nosso caso Brasil somos ainda prematuros, mas por certos nossos sucessores contarão como história os feitos deste movimento de nossa tribo de apaixonados promotores da olivicultura nacional.

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