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Viagem Sensorial II

Por Criz Azevedo

Dando continuidade às experiências vividas por Luciane Gomes e Eduardo Palmeira, da Revista Azeites & Olivais, convidamos Criz Azevedo para falar sobre o dia 22 de novembro de 2020, no olivotur organizado pela Azeiteria Brasil e Atenas Turismo, com acompanhamento da sommelière Ana Tassia Blazoudakis.

História, caminhadas, gastronomia e olival

Domingo agradável e com sol para mais uma experiência em Caçapava do Sul. Após momentos divertidos no sábado com quebra de pratos ao estilo grego, e ainda boas horas de bate-papo entre o nosso grupo de viajantes, o dia seguinte prometia mais atrações ao ar livre.  Levantamo-nos cedo para o desjejum, que no Cyro Hotel está sendo servido em pacotes individuais, pré escolhidos na noite anterior. Você chega à sala do café da manhã e tem uma mesa com o número dos apartamentos com itens embrulhados de acordo com a preferência de cada hóspede. Essa configuração está sendo adotada em função da pandemia, por isso o conhecido buffet não está sendo realizado.

Foto: Criz Azevedo

Check-out formalizado, partimos em nosso micro ônibus para o Parque Pedra do Segredo, que fica a cerca de 25 minutos da entrada principal de Caçapava, via RS 357, em bom asfalto. A partir da entrada da estrada que leva ao Parque são aproximadamente 5 quilômetros de estrada de chão batido.

Parque Pedra do Segredo

As formações geológicas com mais 500 milhões de anos por si só são um atrativo do Parque Pedra do Segredo, que disponibiliza diferentes trilhas, rapel, escalada, com acompanhamento de guias locais, além de contar com camping e redes para descanso. No entanto, como tínhamos um compromisso em Cachoeira do Sul dali a algumas horas, aproveitamos apenas uma das atividades oferecidas. O tour escolhido foi o Trilha das Grutas, com cerca 1,8 km de ida, onde você passa por uma vegetação belíssima, bem como galerias dentro da rocha. É recomendável roupa bem confortável e disposição para encarar subidas.

Foto: Criz Azevedo

Por que o nome Pedra do Segredo?



Fotos : Criz Azevedo

A região foi rota de índios, nômades e tropeiros, além de testemunhar batalhas, como na época da Revolução Farroupilha (1835-1845). No entanto, bem antes desse período, acredita-se que tenha sido esconderijo dos jesuítas para guardar suas riquezas, quando os reinados de Espanha e Portugal ordenaram que estes catequizadores saíssem do Rio Grande do Sul, após terem desenvolvido um trabalho junto aos índios guaranis, construído comunidades e catedrais, entre outros feitos nos séculos 16 e 18. Entre as curiosidades, destaca-se o líder indígena Sepé Tiaraju, enterrado em alguma das grutas, mas isso nunca foi comprovado. Para quem gosta do tema Missões Jesuítas, recomendo o documentário:



Outros mistérios da região dizem respeito a estudos sobre objetos voadores não identificados – OVNIs por essas bandas, sendo Caçapava do Sul, além de “Capital da Geodiversidade Gaúcha”, a “Capital da Ufologia”. Outra alcunha é “Portal do Pampa”, por ser uma espécie de encontro da Mata Atlântica com o Pampa, que este, por sua vez, se estende ao Uruguai e à Argentina.

Partiu, Cachoeira do Sul

Após nos abastecer de pitangas docinhas (Caçapava tem muitas delas e nativas), seguimos o roteiro rumo a Cachoeira do Sul, onde iríamos nos encontrar com uma guia local para contar sobre a cidade que é conhecida como a “Capital Estadual do Arroz” e que completou 200 anos em 2020.

Entre os principais pontos do município está o Château d’ Eau (o Chatodô).

Trata-se de um chafariz, de 1925, ornado por nereidas (ninfas), personagens mitológicos, localizado junto a uma praça envolta em palmeiras. Incialmente, teve por finalidade distribuir água por gravidade ao reservatório da Rua Júlio de Castilhos. Desativado em 1970, tornou-se um ponto turístico. Bem em frente ao chafariz, encontra-se a Catedral Nossa Senhora da Conceição, igreja matriz, com pedra fundamental em 1793, inauguração em 1799, e modificações em 1929 e 1963.

Seguimos para o almoço em uma parrilla recomendada por amigos jornalistas cachoeirenses, o El Fogón, com delícias ao melhor estilo uruguaio: Entrecot, Assado de Tiras, Queijo Parrillero, além de uma degustação ofertada pelo proprietário de uma iguaria da casa, o OPicles, que tem uma suavidade diferente dos picles tradicionais, pois há uma sutil doçura. Compramos todo estoque disponível no dia.

Foto: Criz Azevedo

Olivas do Sul

Não muito longe do centro da cidade, mais um destino: conhecer um dos pomares do azeite Olivas do Sul, de propriedade de Vâni Ceolin Aued e José Alberto Aued. O Olivas é uma referência no Brasil por ser a primeira marca de azeite de oliva extravirgem a comercializar para o mercado, tendo iniciado em 2010 a primeira extração de azeites. Em nossa visita, Vâni nos contou o início sobre como tudo começou, desde os primeiros plantios até o primeiro azeite, a inserção no Flos Dei, sendo Olivas do Sul o único representante do Brasil neste importante guia internacional produzido na Itália durante algumas edições.

E foi também neste belo espaço dos Aued que a sommelière Ana Tassia Blazoudakis realizou seu workshop com degustação de azeites, de forma descontraída e com participantes atento às dicas de como escolher um bom azeite.

Além da experiência com azeites, o público teve a oportunidade de passear pela Alameda das Centenárias, que reúne espécies de oliveiras com mais de 100 anos de idade, em um belo campo numa tarde quente de primavera.

Foto: Criz Azevedo

Importante ressaltar que os olivotours promovidos pela Azeiteria Brasil mesclam diversas atrações, como visita à olivais e lagares (área onde se extrai o azeite de oliva), degustações de azeites, experiências gastronômicas em almoços e jantares, compras, passeios a centros históricos e culturais dos municípios que fazem parte do roteiro.

Agradecimentos à Azeiteria Brasil pelo convite.

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